No último sábado (25), o Marinheiro foi até a cidade de Ibirama para enfrentar a equipe do Santa Catarina, em duelo válido pelo jogo de volta da Copa Santa Catarina. A equipe de Rio do Sul, que manda suas partidas em Ibirama, no Estádio Genésio Ayres Marchetti, atua no local enquanto realiza a troca do gramado em seu estádio, visando as competições futuras do clube, como o Campeonato Catarinense, a Copa do Brasil e a Série D.
O Santa Catarina precisava vencer por dois gols de diferença para se classificar de forma direta; caso o placar terminasse com vitória por um gol, a decisão seria nos pênaltis.
Nas escalações iniciais já era possível perceber como seria o jogo: o Santa Catarina partindo para o ataque em busca do resultado, e o Marinheiro adotando uma postura mais defensiva, explorando os contra-ataques com ligações diretas e a velocidade de Levi e, em alguns momentos, de Lucas Batatinha. Em diversos lances, Rogélio dos Santos, técnico interino do Marcílio Dias, organizava o time em uma formação 4-4-2 no momento defensivo, retornando ao tradicional 4-3-3 quando tinha a posse de bola.
O primeiro tempo foi marcado por muitos erros. A equipe mandante arriscou diversas finalizações de fora da área, principalmente com Renan, meia que já havia marcado um gol de longa distância no primeiro jogo. O Marcílio Dias, com o contra-ataque armado, priorizou a organização defensiva, ajustando os espaços no meio-campo e na lateral esquerda setor em que Felipe Santos, substituto do lesionado Jefferson Vinícius, demorou a se adaptar, mas melhorou ao longo do jogo. Potiguar, que talvez tenha feito sua pior partida com a camisa do Marinheiro no jogo anterior, desta vez apresentou o desempenho que se espera dele desde a chegada ao clube: maduro, experiente, seguro nas coberturas e importante na saída de bola.
No segundo tempo, com o time mandante pressionado pela necessidade dos gols e o tempo se tornando inimigo, o Santa Catarina foi para cima e abriu o placar aos três minutos, em mais um golaço do meia Renan, dessa vez de falta, que mudou completamente o panorama da partida. O Marcílio passou a buscar mais o jogo, sem ficar tão recuado, e, após a substituição no intervalo Levi deu lugar a Rone Carlos, a equipe perdeu em velocidade, mas ganhou em força física.
O embalo do Santa, no entanto, durou pouco. Dez minutos depois, em um pênalti polêmico, marcado pelo árbitro Cinésio Mendes Júnior e sofrido por Cesinha, que esperou o contato e acabou derrubado, Zé Eduardo converteu para o Rubro-Anil, recolocando o time em vantagem no agregado. O atacante ainda se tornou o artilheiro isolado da equipe na competição, com sete gols em oito jogos, sendo titular em cinco deles. Após o empate, o Marcílio se fechou totalmente, colocando um volante no lugar de um atacante e voltando a priorizar a organização defensiva estratégia que se mostrou eficaz, já que o Santa Catarina foi anulado e não conseguiu criar grandes chances até o apito final.
O fim do jogo foi marcado por confusão e brigas entre os jogadores dentro de campo, que se estenderam aos bancos de reservas, com provocações e xingamentos de ambos os lados. Era tudo que o Marinheiro queria: esfriar a partida e tirar o ímpeto da equipe de Rio do Sul. Após o apito final, a comemoração foi intensa desde o presidente Tarcísio Guedim, que correu pelas cabines de onde acompanhava o jogo, até comissão técnica, jogadores e torcida, que festejaram juntos no gramado.
Com a classificação para a semifinal da Copa Santa Catarina, o Marcílio Dias chega pela sétima vez a esta fase de mata-mata e vai enfrentar o Figueirense, adversário que estava no mesmo grupo na primeira fase. Nas duas oportunidades anteriores, o Marinheiro não conseguiu vencer: perdeu em casa por 2 a 1, quando Waguinho Dias ainda comandava a equipe, e empatou em 2 a 2 no Orlando Scarpelli, já sob o comando de Rogélio, com Waguinho recém-anunciado pelo clube da capital. O Marcílio Dias decidirá a vaga na final diante de sua torcida, com as datas ainda a serem definidas pela Federação Catarinense de Futebol.
Texto – Repórter João Moreira