No último sábado (18), a bola rolou em Itajaí, no estádio Dr. Hercílio Luz, o famoso Gigantão das Avenidas, para o primeiro jogo das quartas de final da Copa Santa Catarina entre Marcílio Dias e Santa Catarina. O confronto, considerado o mais equilibrado da fase de mata-mata, colocava frente a frente o melhor ataque da competição, com 23 gols em seis partidas, contra a melhor defesa e campanha, que havia sofrido apenas três gols e seguia invicto.
O duelo também carregava um roteiro especial. No Campeonato Catarinense deste ano, o Marcílio havia sido eliminado justamente pelo Santa Catarina, em jogo único. Em clima de revanche, o técnico interino Rogélio intensificou os treinos táticos, buscando ajustar o sistema defensivo para conter os rápidos contra-ataques adversários, comandados por Baggio, Bruninho e Renan.
Entre as novidades, Lucas Costa foi escalado ao lado de Claudinho na zaga, enquanto Victor Guilherme, com contrato renovado até o fim de 2026, retornou à equipe titular após ser poupado contra o Barra. Jefferson Vinícius, recuperado de dores no tornozelo, também voltou ao time. Em coletiva pré-jogo, Rogélio destacou a evolução da equipe desde que assumiu o comando, ressaltando mudanças na postura e no desempenho do grupo.
O Marcílio começou o jogo impondo ritmo ofensivo e abriu o placar com o zagueiro Lucas Costa, de cabeça, aposta certeira do técnico, que valorizou a estatura e o bom jogo aéreo do defensor. Mas a vantagem durou pouco: um minuto depois, Galdino empatou para o Santa Catarina, em jogada construída pelo lado direito de ataque. O setor esquerdo da defesa marcilista voltou a apresentar falhas, sofrendo com a velocidade dos adversários.
No último lance do primeiro tempo, Renan recebeu livre na entrada da área e encobriu o goleiro Rafael Pin, que estava adiantado. O time foi para o vestiário sob vaias da torcida, especialmente direcionadas ao atacante Levi, que desperdiçou uma chance clara de gol. O capitão Victor Guilherme desabafou na saída de campo, cobrando mais atenção na marcação e criticando os erros na saída de bola.
As cobranças surtiram efeito. Logo no primeiro minuto do segundo tempo, Zé Eduardo empatou o jogo, marcando seu sexto gol na competição e se isolando como artilheiro do Marinheiro. A partir daí, o Marcílio dominou completamente as ações. O Santa Catarina, que nunca havia sofrido dois gols em uma mesma partida, sentiu o desgaste físico, especialmente por ter jogado na última quarta-feira (15), enquanto o Marcílio atuou no domingo (12).
O técnico Jordã Rodrigues tentou reforçar a defesa, colocando o zagueiro Adriel e formando uma linha de três, mas a estratégia não funcionou. Rogélio respondeu com boas alterações: promoveu a estreia de Rone Carlos no lugar de Lucas Batatinha, e também colocou Bonassa e Felipe Santos nas vagas de Potiguar e Levi que faziam seus piores jogos com a camisa marinheira, troca que melhorou o setor ofensivo.
Nos acréscimos, a quarta árbitra Tainan Bordignon Somensi levantou a placa indicando quatro minutos de acréscimo, gerando protestos da torcida e do banco. Após cera do adversário, o árbitro adicionou mais um minuto e foi justamente nele que o destino do jogo se decidiu. Em escanteio cobrado por Cesinha, Diego Ceará desviou na primeira trave, e Felipe Baiano, de cabeça, mandou para o fundo das redes, decretando a virada e a vitória do Rubro-Anil. O volante, que havia renovado contrato na última semana até o final do catarinense do próximo ano, foi um dos heróis da noite.
Com o resultado, o Marcílio Dias leva vantagem para o jogo de volta, no próximo sábado (25), no estádio Genésio Ayres Marchetti, em Ibirama. O Marinheiro precisa apenas de um empate para se classificar à semifinal. Já o Santa Catarina precisa vencer por dois gols de diferença para avançar direto; vitória por um gol leva a decisão para os pênaltis.
Análise – Repórter João Luiz.